21 setembro 2009

Juventude e Cultura de Paz!!







Se percorrêssemos todas as comunidades deste país, principalmente nas comunidades "Periféricas", seria fácil notar a presença de um fator interligador das suas juventudes. A violência. Um fator que cresce de forma alarmante, e é indicador de diversas causas e conseqüências de problemas que são frutos da caótica realidade social vivida. Encontramos nas comunidades, não somente um maior número de policiais, - para realizar uma segurança comunitária que não ocorre de forma eficaz -, e sim um expressivo incentivo à repressão, contra os jovens, versus os espaços culturais e atividades que perpetuem o desenvolvimento cultural e intelectual juvenil.



Notaremos construções de presídios, no lugar de quadras poliesportivas e escolas. Olhando para as famílias, a juventude cresce com a comum omissão da figura paterna, e se torna órfã, pela carência de uma mãe que, por necessidade, se ausenta do lar para trabalhar. Talvez as ruas sejam realmente uma opção para uma juventude que anseia ser ouvida, ter participação e ser valorizada. As gangues, onde eles lideram, agem, expressam, torna-se refugio para ter "Prestigio", adquirir significado e espaço dentro de um grupo social.



Todos nos possuímos uma visão; políticos, religiosos, sociólogos, professores, donas de casa, cada um possui uma percepção e, possíveis respostas para causas dos problemas ocorridos em meio à juventude, sejam a "falta de vergonha", -como costuma se dizer-, ou faltas de políticas públicas. Mas o que deve ser discutido, e o que esta sendo feito para atingir a resolução de pequenos conflitos, pais de subversões maiores, de forma não violenta, seja em nossos bairros, em nossas escolas, no trabalho, no transito, enfim nos relacionamentos cotidianos. Pensar em como podemos verdadeiramente praticar a CULTURA DA PAZ!



O ano 2000 foi decretado pela Assembléia Geral das Nações Unidas como "O Ano Internacional da Cultura de Paz". De 2001 a 2010 foi decretada a "Década Internacional da Cultura de Paz e Não Violência para as crianças do mundo". E fica a pergunta: ta e daí? E agora? Iremos mesmo atingir e praticar o que esta neste decreto? Será que é necessário que se criem obrigatoriedades, normas tratados e decretos até que isso seja praticado, vivido?



A cultura de paz está relacionada a um conjunto de valores, atitudes, tradições, estilos de vida. Baseia -se no respeito ao próximo, no cumprimento dos direitos humanos e individuais, no respeito à vida, na dignidade, nas diferenças, sem preconceitos, sem discriminações.



Devemos treinar a nossa tolerância, nossa solidariedade, educar nossa juventude, respeitar nossas diferenças. Talvez sejam esses os princípios fundamentais que faltam na base de nossas famílias, nossa política e sociedade. E é com isso que devemos imbuir nossos jovens. A juventude é apenas o reflexo de ações avessas de uma educação errônea, o espelho de princípios éticos falhos, onde a auto-afirmação e estima própria estejam ligadas diretamente à agressividade física e psicológica. "Seja homem, seja bruto, grite, xingue, bata".



Pois bem, se clamamos tanto por uma sociedade justa, uma cultura de paz, é preciso começar a fazer a diferença em nossas atitudes diárias. A partir de hoje respeitaremos as leis de trânsito, jogaremos o lixo na lixeira, respeitaremos os idosos, os deficientes. Transformaremos espaços ociosos em palcos culturais, plantaremos árvores ao invés de cercas, levaremos música no lugar de palavrões, ocuparemos as escolas nos fins de semana, realizaremos parcerias, levaremos teatro, cinema esporte e lazer e disseminaremos bons hábitos. Pode parecer sonho, mas, sabemos que, juntos, isso se torna real.

Dilson Vulgo Foguinho

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